Após conhecermos a Residência dos Presleys, demos uma volta por Memphis (nada de muito especial) e resolvemos seguir para onde estávamos nos sentindo bem à vontade: as estradas.
Saímos de Memphis, atravessamos o lendário Rio Mississipi e entramos no Estado de Arkansas.
Em outra mensagem, mencionei os ventos e a dificuldade de se manter a moto estável nessas condições.
Pois bem, em Arkansas a situação se tornou bem séria.
Os ventos aumentaram muito, vindos do Norte.
Como nosso sentido era Oeste (para o Texas), esses ventos nos pegavam de lado, causando mais instabilidade ainda na moto.
Estava ficando muito dificil manter uma velocidade razoável nessas condições.
Chegou num ponto em que fui para o acostamento pois começava a atrapalhar o fluxo de veículos na Highway (I-40). Estava desenvolvendo ridículas 35 milhas por hora.
Pior ainda, o vento não era constante. Então, as rajadas nos pegavam de surpresa.
Para completar o cenário caótico, estávamos sendo ultrapassados por caminhões enormes, que causavam turbulência e mais instabilidade ainda na moto.
No meio dessa dificuldade toda, lembrei-me das velejadas em alto-mar, implorando por ventos, de preferência de lado (través). Ou seja, aquilo que sempre sonhávamos (ventos fortes de través), hoje nos causava tanto desconforto e, por que não, medo mesmo.
Na vela, aprendemos a estimar a força do vento pela formação da superfície do mar.
Agora, aproveitava esse ensinamento e, toda vez que passávamos por algum lago, olhava para a superfície tentando calcular o que estávamos sendo submetidos. Nossos cálculos apontavam para ventos de 20 nós e rajadas de 25 nós. Uma verdadeira bagunça em pleno interior de Arkansas.
Os pescoços começavam a sofrer os "trancos" do vento. Doiam muito.
Paramos diversas vezes para descansar. Só que o vento era tão forte que tínhamos que segurar a moto, mesmo parada. Ou seja, muito pouco descanso nessas condições.
Devagar e, literalmente, aos trancos e barrancos conseguimos chegar a Little Rock.
Nosso objetivo não era dormir nessa cidade. Porém, estava tão dificil avançar que ponderamos ficar por aqui por uma noite. Já eram 14:30.
Estávamos esgotados e com fome.
Nessas condições, resolvemos entrar numa lanchonete qualquer, descansar um pouco, comer e decidir o que faríamos por aqui.
Enquanto a Paula fazia seu pedido, me lembrei que durante os estudos para essa viagem tinha encontrado alguma coisa sobre a Temporada dos Tornados nos EUA.
Não me lembro bem porque, mas não dei muita importância a esse assunto..........
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