Hola Amigos,
Chegamos em Puerto Maldonado !!!!
Após 3 dias de "batalha" para atravessar a Rodovia Transoceânica, estamos próximos da fronteira com o Acre.
E que batalha !!!!
Impressionante.
Essa rodovia, uma vez pronta, será uma excelente opção para turistas conhecerem as belezas da Amazônia, a Cordilheira dos Andes e a Costa Peruana do Pacífico, sem contar as vantagens econômicas para os 2 países.
Saímos de Cusco pela "porta dos fundos" e fomos subindo, cruzando a Cordilheira dos Andes.
Logo no primeiro KM da Carretera Interoceânica, encontramos uma placa enorme informando as distâncias das próximas cidades. Para nossa surpresa, pela primeira vez nessa viagem, vimos o nome "São Paulo". Ficamos muito emocionados. Sentimos que estávamos mais perto de casa.
Porém, a verdade ainda estava por vir.
A estrada era pequena, zigue-zague pelas montanhas, encontrando Llamas pelo caminho, casinhas de pedras e picos de neve e gelo.
Após 100 kms nessas condições, chegamos a Marcapata, um vilarejo no alto dos Andes, formado por uns 20 barracos que abrigam trabalhadores da rodovia.
Conseguimos um teto compartilhado com outro trabalhador para passar a noite.
No dia seguinte, às 4:30 da madrugada, junto com os trabalhadores da estrada, tomamos nosso café da manhã em um "Comedor" e pegamos a estrada.
Dessa vez, fomos descendo do outro lado da cordilheira, adentrando a selva amazônica.
Por volta das 9:00, já tínhamos descido toda a cordilheira e estávamos parados numa barreira temporária, criada para permitir que as máquinas se movimentem na rodovia.
Tivemos que esperar até o meio-dia. Dia de trabalho duro por lá.
Foi uma oportunidade para conhecermos alguns trabalhadores da grande obra. Gente muito boa.
Uma coisa muito interessante foi observar que a maioria das máquinas pesadas (escavadeiras, motoniveladoras, tratores etc.) é dirigida por mulheres. Peruanas simpáticas que acenavam para nós quando cruzávamos os canteiros de obra.
Ao meio-dia, a rodovia foi novamente aberta para o trânsito de veículos. Daí em diante, entramos em mata fechada, rodando no meio da lama, pedras e riachos, até atingirmos, por volta das 5:00 da tarde, o vilarejo de Quincemil.
Esse vilarejo lembrava bem um cenário de faroeste americano :
Uma rua (a tal Rodovia Transoceânica) umas 30 casas e nada mais.
Encontramos uma "hospedagem" para passar a noite.
Consegui uns litros de gasolina na casa da "Señora Gasolinera".
A Paula riu muito quando me viu atravessando a rodovia com um balde de gasolina.
Dedete abastecida, fomos procurar algo para comer, fechando os olhos para a cozinha do local.
O cansaço bateu e por volta das 7:30 da noite já estávamos apagando em nossa "suite presidencial", juntamente com mosquitos, pernilongos, mariposas da selva. Quanta companhia !!!
Dia seguinte, o plano era acordar às 4:30 e pegar a "estrada". Mas............a chuva chegou, e forte, durante toda a noite.
Resolvemos esperar até o meio-dia, horário que a rodovia seria aberta, mais uma vez, para automóveis.
Assim, rodamos no período da tarde, novamente entre lama, travessia de riachos, pedras, um pouco de asfalto, até a grande e famosa Mazuko.
Antes de sairmos de Quincemil, fomos avisados que Mazuko era bem maior e tinha até hotel de 2 andares.
Bem, Mazuko é isso: igual a Quincemil com um famoso "hotel" de 2 andares.
É um vilarejo que serve de base para os garimpeiros da região.
Claro que escolhemos o tal "hotel 2 andares" para passarmos a noite.
Olha, nem dá para descrever o local.
Para resumir: quando fui sentar na cama - isso. só sentar, nada muito radical - a mesma desmontou e lá fui eu para o chão.
Não acreditei. Me esforcei o dia todo com a Dedete para não cair e fui pro chão logo no quarto do hotel "de 2 andares".
Colchão no chão, sem vidro na janela e lá fomos nós na tentativa de um pouco de descanso.
Detalhe: estava acontecendo algo muito animado na rua. O barulho era infernal.
Toda a sociedade canina passou a noite "conversando" bem embaixo da nossa janela.
No dia seguinte, seguimos viagem, no mesmo cenário lindo da mata, no meio das obras da estrada e da Amazônia Peruana, até chegarmos ao entardecer e bem cansados a Puerto Maldonado.
Puerto já é uma cidade bem mais estruturada.
Conseguimos um hotel com chuveiro quente, roupa de cama limpinha, janela e tudo mais.
Tem até um barzinho com cerveja gelada e internet. Adivinhem onde estamos agora ?
Nosso plano é atingir a divisa Perú-Brasil amanhã e seguir até Rio Branco - Acre.
Apesar de bem cansados, estamos muito felizes pela escolha da rota alternativa.
A Amazônia é uma região dificil de descrever. Só conhecendo para sentir sua força e riqueza.
Também gostamos muito de conhecer a obra da Rodovia Transoceânica, seus trabalhadores e as oportunidades que essa obra pode trazer para os 2 países.
Amanhã, se Deus quiser, mais um marco de nossa viagem será alcançado...........